1.Shine a Light. É o filme que queria ver? Não; esse seria o filme acerca da planificação da filmagem do concerto, intercalado com algumas dos melhores temas interpretadas no Beacon Theater em Nova Iorque. Mas um Scosese é sempre um Scorsese. Há aqui grandes canções (Tumbling Dice, Connection, As Tears Go By) e há Keith Richards, a quem devia ser rezada uma pequena oração, de manhã, nas escolas deste mundo. Filmado com a voracidade do costume, acaba por cumprir, mesmo que à risca, os mínimos indispensáveis.
2.My Blueberry Nights. É o fim de uma era: Wong Kar-Wai é falível. Não se percebe muito bem qual o propósito deste filme, o que ele traz de novo ou de diferente para melhor. Para pior é claro: aqueles actores (muito bons, sobretudo David Straitharn, é um facto) não se calam e não nos deixam ver o filme. Espero que o ar saturado de Hong Kong lhe volte a fazer bem no futuro (e que estreie a versão redux do Ashes of Time nas salas portuguesas).
4.Indiana Jone$ and the Kingdom of the Cri$tal $kull. Tivessem parado nos anos 80, tinham feito melhor.
7 comentários:
Voracidade no Scorsese, desculpa, não vi nenhuma. E só comento isto porque no mesmo post em que dizes isso, dizes também que o Chabrol é académico. Bom, não será inovador, mas às vezes confunde-se o academismo com a depuração e a economia - acho que este é um destes casos.
Epá, detesto o filme do Scorsese. Mesmo.
Depuração e economia, desculpa, no Chabrol não vi nenhuma. Posso até estar enganado, mas enfim, também só o vi uma vez - com uma revisão, talvez mude.
Quanto ao Scorsese, há mais energia na junção de dois ou três dos seus planos que em todas as macacadas do Jagger. E, se foi feito por dinheiro, antes este do que o Indiana Jones, um filme para vender pipocas. O Spielberg é assim, de vez em quando olha apenas para a conta bancária - e o Lucas ao lado deve ter contribuído em muito para isso.
Agora é a minha vez: detesto o Spielberg. Mesmo.
P.S.- Um dia, hão-de me explicar porque se perdoa tudo ao Spielberg (Hook, Mundo Perdido, 1941, etc.) e não se perdoa nada ao Scorsese.
Talvez se perdoe pelo facto de Spielberg ser um realizador encarado de maneira diferente de Scorsese, mais para as massas por assim dizer. Não que Scorsese não tenha os seus dias de cinema comercial, mas noto que a crítica quando lhe cai em cima cai-lhe forte e feio muito mais do que no caso do Spielberg, que a maior parte encara de forma complacente. É, como diria Pauline Kael, se a crítica dissesse abanando a cabeça: "Tsc, tsc, desapontaste-nos Martin.".
Mas isto também tem muito a ver com revisionimos recentes. Hook e 1941 só agora é que está na moda dizer-se que são filmes muito importantes, porque na altura quando estrearam choveram raios e coriscos.
P.S: Adoro Spielberg e Scorsese. Mesmo.
Adorei Shine a Light, até porque já estava à espera do modo "filme-concerto" em vez de "concerto documental". Além de fã de Martins, também sou dos Calhaus Rolantes, logo, estava no céu.
Também gostei imenso de "My Blueberry Nights", e apesar de não ter desgostado do Indy, não podia estar mais de acordo contigo.
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