Não posso dizer que perceba os dois primeiros filmes da saga Bourne, que vi no final da semana que passou. É certo que são muito competentes nas perseguições automóveis, sobretudo a que existe a meio do primeiro filme. De resto? Personagens com a mesma espessura intelectual do José Eduardo Bettencourt, actores que recebem o mesmo que o presidente do Sporting mas parecem estar noutro sítio (e se são óptimos actores, Matt Damon, Brian Cox, Joan Allen, Chris Cooper...). Alguns dos locais mais belos do planeta (a sempre fantástica Paris, por exemplo, bem como o estonteante litoral italiano) tratados como se fossem o mesmo sítio - deve ser a globalização. Uma temática relevante (lidando com o xadrez mundial, através das relações americanas com governantes africanos e oligarcas russos) nem por um momento tratada com profundidade. Um estilo visual “cibernético”, aparentemente modernaço, mas que é igual a tantos outros filmes que por aí andam. E, por último, a tentação de encenar toda a acção aos tremores, abanando a câmara, dando uma falsa sensação de ritmo mas que, pelo menos para mim, tornam complicado perceber o que está a acontecer. Podem ser sucessos, se puder vejo o terceiro "à desobriga" apenas para completar a saga, mas não vejo o interesse.
1 comentário:
Gosto imenso do primeiro Bourne. Os outros dois vêem-se, mas não se comparam. Sim, a câmara a tremer é um bocado excessiva, quando muitas vezes nada de especial está a acontecer.
Este tipo de filmes não é muito de grandes personagens, vive imenso do movimento e da constante tensão, lembrando os thrillers políticos da década de 70.
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