A programação da RTP 2 sofre, em minha opinião, de um defeito fundamental: a ideia de que o trabalho que faz é positivo. Quem pensa aquela estação está convencido de ser alternativa, de defender elevados padrões de qualidade, de aquilo ser o melhor que se pode fazer, no contexto actual, em termos de programação alternativa. Parte do problema advém também do canal principal: quando a televisão pública quer jogar o mesmo jogo patético que as televisões privadas, instala-se o laxismo no segundo canal, que tem de trabalhar muito menos para conseguir fingir que é alternativa.
O pior acontece precisamente no cinema. Dos tempos da minha juventude em que a rubrica “5 noites 5 filmes” educou muito boa gente para o cinema (muitos dos Hitchcock, Kubrick, Truffaut ou Bergman que tenho em cassete saíram dessa época) e em que na noite de sábado ainda éramos brindados com mais dois filmes, persistem hoje apenas os dois filmes do fim-de-semana, muitas vezes em escolhas de qualidade mas que não disfarçam a escassez de alternativas, cada vez mais empurradas para o cabo ou a Internet.
Serve isto para dizer que o Luís Mendonça do Cinedrio propôs no seu espaço a ideia de uma petição que quebre o torpor generalizado no que concerne à exibição cinematográfica e force a uma mudança de paradigma na televisão estatal portuguesa. Desde logo me juntei à causa, talvez a mais válida que alguma vez surgiu na blogoesfera portuguesa. Deixo aqui o repto para que toda a blogoesfera, cinéfila e não só, se junte a nós, bem como todo e qualquer amante da arte cinematográfica. Se não estiver aqui uma oportunidade histórica, que a façamos andar lá perto. Mesmo que não consigamos, pelo menos que mostremos que ainda há quem não ande a dormir. Pública, sim; em nosso nome não!
O pior acontece precisamente no cinema. Dos tempos da minha juventude em que a rubrica “5 noites 5 filmes” educou muito boa gente para o cinema (muitos dos Hitchcock, Kubrick, Truffaut ou Bergman que tenho em cassete saíram dessa época) e em que na noite de sábado ainda éramos brindados com mais dois filmes, persistem hoje apenas os dois filmes do fim-de-semana, muitas vezes em escolhas de qualidade mas que não disfarçam a escassez de alternativas, cada vez mais empurradas para o cabo ou a Internet.
Serve isto para dizer que o Luís Mendonça do Cinedrio propôs no seu espaço a ideia de uma petição que quebre o torpor generalizado no que concerne à exibição cinematográfica e force a uma mudança de paradigma na televisão estatal portuguesa. Desde logo me juntei à causa, talvez a mais válida que alguma vez surgiu na blogoesfera portuguesa. Deixo aqui o repto para que toda a blogoesfera, cinéfila e não só, se junte a nós, bem como todo e qualquer amante da arte cinematográfica. Se não estiver aqui uma oportunidade histórica, que a façamos andar lá perto. Mesmo que não consigamos, pelo menos que mostremos que ainda há quem não ande a dormir. Pública, sim; em nosso nome não!
4 comentários:
vamos a isto, god damn it!
Concordo em absoluto com uma petição e junto-me à causa com todo o gosto. Já não vejo filmes na televisão há imenso tempo, agora é quase sempre no computador - desde que a Rtp 2 deixou de programar filmes e começou a fazer das Sessões Duplas preenchimento de buracos ao Sábado. Vá lá que daqui a 2 semanas vão passar o Zabriskie Point mas isso não resolve nada...
Já agora, posso tentar juntar o Curso e o Núcleo de Cinema da UBI à contestação, se preciso fôr...
João Palhares, traz quem quiseres. Quantos mais melhor. Um obrigado pela disponibilidade e um abraço para a maravilhosa cidade da Covilhã, o sítio onde me refugiarei se algum dia tiver dinheiro suficiente para me tornar eremita.
João Palhares, junta o máximo de pessoas possível. De momento, estamos a reunir as tropas para depois passarmos à redacção.
Em breve deixarei aqui e no meu blogue um mail criado de propósito para esta causa, que servirá de plataforma de comunicação entre nós.
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