Triste clip. Tentar fazer uma vida no cinema parece ser isso mesmo, mais frustrações do que sucessos, mais politicagem do que cinema propriamente dito. Arruina-nos a vida familiar e pessoal, quando os frutos muitas vezes não são tão grandes quanto isso.
Opiniões destas parecem vir principalmente de pessoas muito ambiciosas em relação ao cinema, que esperavam que o mundo estivesse preparado para constantes revoluções cinematográficas constantes como foi o caso do Welles, logo o clip acaba por ser ainda mais pungente, se pensarmos no que lhe aconteceu.
Não há dinheiro, não se batalha por ele. Pensa-se nisso como própria forma de trabalhar no cinema. Porque não? Vamos deixar o cinema para quem consegue dinheiro?
A cena é que o Welles vinha de Hollywood, 1941, mesmo que esta entrevista seja, digo eu, dos 70's. O pensamento de produção tinha que ver com dinheiro. Mas acho que já temos coisas suficientes para não pensar assim.
Não creio que seja essa a questão, Daniel. Creio que o próprio Welles, se tivesse as condições que temos hoje, ter-se-ia borrifado para financiamentos oficiais. Nos anos de ouro de Hollywood, as hipóteses eram muito menores. O que torna este clip interessante é a forma como, depois de ter passado pelo diabo a sete e de, helas, ter realizado o mais importante filme marroquino de sempre (o "Othelo"), não se arrependa de nada. A escolha foi dele e ele assume-a. Creio que é uma questão de dignidade pessoal, que Welles prova ter neste clip em quantidades industriais.
Quanto à politicagem, Welles transformou a sua arte e foi vilipendiado e cuspido fora por quem dela vivia. Tinha todo o direito de se sentir magoado.
O que diz o Welles aplica-se exactamente da mesma forma hoje. Qualquer realizador actual diria a mesma coisa. Até eu já o poderia dizer, com os meus vinte e quatro anitos.
7 comentários:
Triste clip. Tentar fazer uma vida no cinema parece ser isso mesmo, mais frustrações do que sucessos, mais politicagem do que cinema propriamente dito. Arruina-nos a vida familiar e pessoal, quando os frutos muitas vezes não são tão grandes quanto isso.
Opiniões destas parecem vir principalmente de pessoas muito ambiciosas em relação ao cinema, que esperavam que o mundo estivesse preparado para constantes revoluções cinematográficas constantes como foi o caso do Welles, logo o clip acaba por ser ainda mais pungente, se pensarmos no que lhe aconteceu.
Não há dinheiro, não se batalha por ele. Pensa-se nisso como própria forma de trabalhar no cinema. Porque não? Vamos deixar o cinema para quem consegue dinheiro?
A cena é que o Welles vinha de Hollywood, 1941, mesmo que esta entrevista seja, digo eu, dos 70's. O pensamento de produção tinha que ver com dinheiro. Mas acho que já temos coisas suficientes para não pensar assim.
Não creio que seja essa a questão, Daniel. Creio que o próprio Welles, se tivesse as condições que temos hoje, ter-se-ia borrifado para financiamentos oficiais. Nos anos de ouro de Hollywood, as hipóteses eram muito menores. O que torna este clip interessante é a forma como, depois de ter passado pelo diabo a sete e de, helas, ter realizado o mais importante filme marroquino de sempre (o "Othelo"), não se arrependa de nada. A escolha foi dele e ele assume-a. Creio que é uma questão de dignidade pessoal, que Welles prova ter neste clip em quantidades industriais.
Quanto à politicagem, Welles transformou a sua arte e foi vilipendiado e cuspido fora por quem dela vivia. Tinha todo o direito de se sentir magoado.
Foi o que eu disse, o tempo dele foi outro. O que quis dizer, tendo em conta o título do post, é que, hoje, já não precisamos de pensar assim.
O que diz o Welles aplica-se exactamente da mesma forma hoje. Qualquer realizador actual diria a mesma coisa. Até eu já o poderia dizer, com os meus vinte e quatro anitos.
Cada um com a sua panca... O Antonioni costumava dizer que a única razão que o levou a fazer cinema foi a vontade de ganhar muito dinheiro...
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