Há muito a gostar em Where the Wild Things Are. Dos monstros criados pela companhia de Jim Henson à música de Karen O, passando por todo o imaginário fantástico criado por Maurice Sendak e adaptado por Spike Jonze ao cinema, pela primeira vez sem a companhia de Charlie Kauffman – aquele cão gigante é magnífico. Sobretudo, pelo lado psicológico dado à infância, mostrando já conceitos éticos e morais e plena noção de afectos e rivalidades embora a traço largo. Porém, o lado que mais me atrai é o contrário: as sequências de movimento, com saltos enormes e criaturas que se atiram umas às outras e se digladiam com bocados de terra. Porque é nesta que vejo a liberdade de se ser criança e o modo como esta se manifesta na irrequietude, no bicho-carpinteiro que as crianças têm nos momentos de felicidade. Sobretudo na sequência dos festejos da coroação do miúdo, em que a música parece carregar e sublinhar a acção. Parece que Jonze viu com atenção o Marie Antoinette (2006) da ex-esposa… Being John Malkovich (1999) e Adaptation (2002) eram melhores, mas este é encantador.
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