The Brothers Bloom tem, antes de tudo, um mérito: demonstra que Wes Anderson criou descendência. O segundo filme de tem um mesmo leque de personagens neuróticas, a um tempo cómicas e comoventes, o mesmo sentido romanesco na escrita do argumento, a mesma neurose omnipresente e um idêntica cuidado visual. Contudo, o realizador Rian Johnson mascara essas componentes de filme de golpe, onde as sucessivas fraudes acabam por servir de esqueleto à narrativa que o espectador acompanha. É neste aspecto que The Brothers Bloom acaba por me perder, tornando-se algo repetitivo, cansativo e previsível, apesar das diferentes cidades em que se passa e da tentativa de encenar cada golpe como uma micro-narrativa. Apesar disso, é uma boa surpresa, com personagens bem construídas, uma história interessante, actores que defendem muito bem as suas personagens e momentos francamente bons – destaque para o malabarismo de motoserras por parte de Rachel Weisz, das mais originais cenas de cinema que vi este ano. Consiga Rian Johnson afastar-se da influência de Wes Anderson, multifacetar os argumentos e dosear a sua criatividade (a páginas tantas, parece um filme demasiado cheio) e temos cineasta.
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